A transição energética é um dos maiores desafios do século XXI. Para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e mitigar os impactos das mudanças climáticas, o mundo precisa de materiais que unam resistência, longevidade e sustentabilidade. O aço inoxidável ocupa papel central nesse processo, sendo a espinha dorsal de muitas tecnologias em energias renováveis.
Na energia solar, as estruturas de suporte de painéis precisam resistir a décadas de sol intenso, chuvas, ventos e até maresia. Ligas duplex têm se mostrado ideais nesse cenário, unindo resistência mecânica e alta durabilidade contra a corrosão. Além disso, novos revestimentos nanoestruturados aplicados ao inox têm reduzido o acúmulo de poeira, mantendo a eficiência energética dos painéis ao longo do tempo.
Na energia eólica, sobretudo em turbinas offshore, o inox precisa enfrentar condições severas de vento e salinidade. Ligas martensíticas de nova geração oferecem leveza e resistência à fadiga, aumentando a vida útil das pás e reduzindo os custos de manutenção. Pesquisas recentes também exploram o uso de aços inoxidáveis em componentes internos das turbinas, garantindo confiabilidade mesmo sob cargas extremas.
O hidrogênio verde, visto como combustível do futuro, também depende do inox. Tanques de armazenamento e tubulações precisam resistir a pressões elevadas e evitar qualquer risco de vazamento. O inox austenítico é o mais empregado nessa aplicação, e inovações em manufatura aditiva (impressão 3D) já permitem criar geometrias otimizadas para reduzir peso e aumentar segurança.
Com um potencial solar e eólico imenso, o Brasil tem condições privilegiadas para liderar a produção de energias renováveis. Nesse contexto, o inox é não apenas um material de suporte, mas um facilitador da mudança global para uma matriz mais limpa e eficiente.